sábado, 21 de maio de 2011

A Revolução das Mídias Sociais

Por Gabriela Esteves


Apesar de alguns “Cibercéticos” afirmarem que a revolução é feita através de pessoas e não de máquinas, mesmo assim, é difícil negar o papel da internet na articulação dos protestos. A revolução que aconteceu no mundo árabe, com a queda dos ditadores Hosni Mubarak, do Egito, e Zine El Abidine Ben Ali, da Tunísia talvez nunca tivesse acontecido se não fosse o poder da internet. As armas digitais, nesse caso, fizeram a diferença, com blogueiros entre os principais organizadores das manifestações. Por meio de seus perfis no Facebook e no Twitter, os rebeldes conseguiram disseminar suas ideias e planejar ações enquanto vídeos no YouTube mostravam ao mundo a brutalidade oficial dos governos ditatoriais.


“As pessoas tomaram as ruas por causa de frustrações políticas, não por causa da internet” – diz Ethan Zuckerman, pesquisador da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A questão é, como esses manifestantes conseguiriam reunir milhares de pessoas na Praça Tahrir Square, onde aconteceram os principais protestos se não fosse a ajuda das redes sociais. Uma das manifestações na praça recebeu a confirmação da presença de cerca de 80 mil pessoas pelo Facebook.


O escritor americano Clay Shirky, que estuda os efeitos da rede na sociedade, e o tunisiano Bechir Blagui, que dirige o site FreeTunisia.org, dizem que as redes sociais foram essenciais em ajudar os cidadãos a identificarem um descontentamento geral com o governo e agirem.


Há pesquisadores que defendem que a internet não vai acabar com o totalitarismo, pois segundo eles, durante uma revolução, passa a ser importante quem controla as ferramentas de comunicação. “A tecnologia não causa revoluções, embora quase sempre possa ser usada em favor delas”, diz Zuckerman. Em pouco mais de um mês, o mundo árabe se viu livre de dois ditadores. Dá para saber se essas revoltas aconteceriam sem as redes sociais? Difícil dizer, mas provavelmente teriam mais dificuldades de se organizar.


Inspirados no que vem acontecendo pelo mundo, estudantes do colégio Arquidiocesano, em São Paulo, protestaram contra o aumento do pão de queijo da cantina da escola, também pela internet, usando uma rede social, os alunos combinaram a estratégia: deveriam levar o lanche de casa e não comprar nada, porque o preço do pão de queijo tinha subido para R$ 2,30. O boicote à cantina ganhou ares de manifestação política. O tema passou quase 24 horas entre os tópicos mais comentados na internet brasileira.

Mais do que um simples protesto por causa do preço do pão de queijo o que aconteceu na escola paulistana foi uma demonstração da capacidade de mobilização dessas novas gerações. Eles aprenderam que podem usar o celular, conectado as redes sociais da internet, para se unir e exigir mudanças.


Por Gabriela Esteves

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