Por Gabriela Esteves
Cada vez mais os jornalistas vêm usando as redes sociais para difundir notícias e divulgar informações ignoradas, até então, pelos meios de comunicação tradicionais.
As redes sociais e de microblog, nos revelou um segredo: “Os jornalistas têm opiniões”. E, cada vez mais os meios de comunicação preferem evitar que sejam expressas publicamente. O fato dos jornalistas usarem com frequência essas redes sociais como fontes de informação e, além de ser um ambiente livre de expressão, vem incomodando alguns meios de comunicação.
Repórteres do Miami Herald, estão preocupados pelo mau uso do Twitter no jornal.Vinte e três membros da equipe assinaram uma reclamação sobre o uso excessivo do Twitter como fonte. Os profissionais, alertam para o uso desnecessário do Twitter por parte da empresa e, apesar de os funcionários terem afirmado entender que a indústria esteja passando por mudanças e incertezas, segundo os jornalistas, não há razão para "imitar" o Twitter, o que eles argumentaram ser um erro.
Seja no Facebook, no Twitter ou no Youtube, as redes sociais geram uma série de questionamentos sobre a ética e a liberdade de expressão.
O Washington Post, um dos líderes no jornalismo impresso e diário dos Estados Unidos, possui um manual que proibi todos os seus jornalistas de escrever, tuitar ou postar qualquer coisa que possa refletir um viés ou favoritismo político, racial, religioso ou sexista. A emissora
BBC recomenda cuidado na hora de retuitar comentários de terceiros. Segundo eles, pode parecer que o jornalista está endossando o ponto de vista do autor.
Repórteres no Brasil, na Guatemala e nos
Estados Unidos foram demitidos por comentários e informações consideradas impróprias no Twitter, no Facebook e no YouTube, respectivamente.
Um dos episódios mais extremos que ocorreu no Brasil. O jornalista Felipe Milanez
foi demitido do cargo de editor da National Geographic no país após criticar
no Twitter a revista Veja, publicada pelo mesmo grupo, a editora Abril. A revista havia sido acusada de fabricar declarações de um importante antropólogo brasileiro em uma
matéria contrária à demarcação de terras indígenas no Brasil. (Leia a
resposta da Veja e
esta carta do antropólogo). O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
criticou a editora por impedir a liberdade de expressão de seus profissionais.
O Jornalista Márcio Gonçalves, se diz constrangido com essas notícias sobre a demissão de jornalistas devido aos seus comentários na internet. Márcio alerta que a internet chegou e a sociedade da informação está aí para ser consumida. “Nós não sabemos o que fazer quando o individuo coloca sua opinião na internet e, não sabemos se ela será aceita pelo outro. Na verdade nós não temos respostas para isso, há indagações”, diz Gonçalves.
Assista este rápido depoimento do Jornalista Márcio Gonçalves sobre o assunto:
“Nunca um obituário esteve tão pronto. É só apertar o botão”, comentou Duarte no microblog, fazendo referência, sem citar nomes, à preparação antecipada de obituários nas redações. “Mas na Folha.com nada ainda... esqueceram de apertar o botão. rs", respondeu Rocha.
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Foto: Divulgação do twitter de @alecduarte e @CarolinaRocha |
O jornalista, em seguida, lembrou do erro cometido pela Folha na divulgação da morte do ex-senador Romeu Tuma, sem citar diretamente o veículo. "Ah sim, a melhor orientação ever. O último a dar qualquer morte. É o preço por um erro gravíssimo."
A conversa foi considerada inadequada pela ombudsman do jornal, Suzana Singer, que abordou o assunto em sua
coluna de domingo. Em resposta, a repórter do Agora SP alegou que não houve repercussão nos comentários e criticou as demissões
em seu blog.
Por Gabriela Esteves