quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sacolas. É possível viver sem elas?

Por Lucas Ricardo


“Saco é um saco!” Esse é o lema da campanha lançada em 2009 pelo Ministério do Meio Ambiente e que agradou a todos; pelo menos na teoria! A verdade é que dá até um frio na barriga pensar em um mundo sem sacolas plásticas. Elas são tão úteis! E parecem estar por toda a parte. O uso é tão corriqueiro que nem parece que faz apenas 30 anos que são usadas regularmente.

Mas, fato é que elas provocam um grave problema: são de difícil “digestão” para a natureza. Sabia que as “sacolinhas” podem levar até 400 anos para se deteriorarem e representam 10% de todo o lixo produzido em nosso país? Por ano, circulam no Brasil 12 bilhões de sacolas plásticas. Cada brasileiro usa, em média, 66 sacolas desse tipo por mês.

Sacolas na beira do Rio / Foto: Lucas Ricardo

O ambientalista Maurício Waldman tem opinião radical sobre as sacolas. “Que nos últimos tempos ela virou uma praga, ninguém pode negar. Qualquer coisa que compramos, até mesmo uma cartela com quatro comprimidos, é embalada nela”, protestou em seu livro Guia Ecológico Doméstico (Contexto).

Em 2001, a Heal The Bay (Cure a Baía), uma ONG norte-americana, dedicada à conservação das águas costeiras do sul da Califórnia, produziu o curioso documentário The Majestic Plastic Bag. O vídeo apresenta a trajetória de uma sacola ao sair do supermercado rumo ao destino final. Trata-se, na verdade, de um mockumentary, gênero propositalmente trabalhado para enganar o espectador, interagindo com emoção, fazendo de conta que é um documentário real. O surpreendente curta-metragem, de 4 minutos, foi postado no Youtube e você poderá assistir no fim desta matéria.

A substituição das sacolas usuais por outras, menos nocivas ao meio ambiente, deu pano pra manga em dezenas de debates acalorados nos últimos anos, inclusive em um projeto de lei (PL 612/07), que propõe a substituição delas pelas chamadas sacolas oxibiodegradáveis. Calma! O nome é difícil, mas o significado não. São sacolas que “desaparecem” da natureza em 18 meses. Contudo não há estudos científicos oferecendo comprovação sobre a eficiência delas. Segundo Paulo Dacolina, diretor superintendente do Instituto Nacional do Plástico (INP), essas sacolas possuem aditivos químicos perigosos para o meio ambiente.

Na contramão da proibição sem solução, há quem proponha a reeducação quanto ao uso e aposte no consumo consciente. É o caso da rede varejista WalMart. “Nossa meta é reduzir em 50% o consumo de sacolas plásticas em lojas da rede até 2013. Primeiro, estimulamos o uso de sacolas de pano e, em 2008, lançamos um programa que paga ao cliente o preço de custo de cada sacola não utilizada - três centavos”, explicou a assessoria da rede. Eles já deixaram de usar 6 milhões de sacolas e pagaram aos clientes 180 mil reais.

Nos shopping centers de todo o Brasil, muitos já estão optando pelo uso de embalagens alternativas. Em um desses centros de consumo, encontramos a jovem Gabriela Maia, 25, estudante de Direito. Ela carregava duas sacolas retornáveis de pano. “Por que duas? Uma é para carregar as minhas coisas, e na outra levo compras de supermercado. É importante que os jovens se preocupem com o consumo consciente”, disse a jovem.

Ser responsável quanto ao uso dos recursos naturais é obrigação de todos. Descartar uma sacola plástica irresponsavelmente é como varrer o lixo para debaixo do tapete. Só que, no caso da sacola, o lixo vai continuar lá por mais 400 anos.

Assista agora ao vídeo "A Majestosa Sacola de Plástico" produzido pela ONG Heal The Bay:



Por Lucas Ricardo

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