Por Jorge Nunes Chagas
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Numa avaliação feita pela INFO com mais de 5 mil leitores nos últimos 6 meses utilizando-se de medidores, foi constatado que, na Banda Larga, a velocidade de download é suficiente para uma navegação satisfatória, mas de upload exige ao menos uma velocidade de 1Mbps. Quem não tivesse ao menos esta velocidade, não poderia acompanhar, por exemplo, uma transmissão via streaming, como foi a do show de Paul MacCartney feita pelo Portal Terra no último mês de maio passado.
Entre as operadoras de banda larga, a GVT está em primeiro no ranking com seu produto “GVT Power” como grande destaque, por sua agressividade de penetração nos estados e velocidade oferecida (Mínima de 5Mbps por 49,90) apesar de ter o menor número de assinantes no momento. Em seguida, vem empatados a NET com o Virtua e a Telefônica (São Paulo) com o Speedy. A Oi, que possui a maior quantidade de clientes ficou na terceira colocação. Embratel não aparece na relação.
Com a entrada da GVT, a concorrência foi obrigada a baixar seu preço tornando o mercado deste tipo de serviço mais competitivo. E com o aumento de velocidades de conexão ofertadas no Brasil e no mundo, o conceito de banda larga, segundo analistas, vem mudando para “Superbanda Larga”.
“Uso Gvt de 15 mega, e a única coisa que questiono é que às vezes o servidor deles dá algum problema com o Google ou Twitter. Fora isso, melhor serviço de banda Larga que existe no país. Digo isso, porque já fui cliente da Oi” – afirma o estudante Victor Mariano, de 19 anos, morador de Recife, Pernambuco.
Mas para o especialista em TI do Tribunal de Justiça do Rio, Alberto Abinader, não é bem assim. “A GVT tem uma boa propaganda, dizem ser a melhor banda larga do Pais e ter o melhor atendimento, só que nos obriga a contratar um serviço que não queremos e que é muito caro. Tentei contratá-los a pouco tempo mas desisti, porque a internet de 5Mpbs custa R$45,00 (ótimo preço), só que eu sou obrigado a comprar um pacote de linha telefônica que no mais barato sai a R$120,00, mesmo eu explicando que não uso telefone fixo – analisa.
Os serviços Oi Velox e NET Virtua oferecem planos de 1Mbps por R$ 39,90, considerado um preço de apelo popular e uma das velocidades mínimas mais comuns a serem contratadas na atualidade. Para o jornalista Ipitácio Oliveira, 30 anos, morador da baixada fluminense, o serviço não é 100%. “Tenho Velox e o serviço é lento, caro, limitado demais e com poucas opções de plano, porém quase não cai. Eu moro perto de uma central da Oi (antiga Telemar) um dos motivos de não cair. Tem até 2Mbps, está disponivel, mas não para minha linha.” – diz indignado.
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A necessidade de implantação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) em vista do crescimento da nova classe média, formada pelas classes C, D e E, seria de grande valia pois espera-se que o serviço de internet no Brasil melhore, este que oferece velocidade mínima de 1Mbps, para que atenda os menos favorecidos e contribua para o desenvolvimento do nosso país, inclusive para aumento do PIB.
Segundo a INFO, 48% das conexões brasileiras variam entre 512Kbps e 2Mbps. Só 5,5% dos usuários domésticos contratam velocidades acima de 8Mbps e 7% ainda usam internet discada. Um cenário que não corresponde com o crescimento do país.
Para quem mora em bairros com população volumosa e de grandes cidades, no geral, não tem tanto do que se queixar. Já os que moram no interior e em regiões mais distantes não podem dizer o mesmo. Em diversos lugares o serviço não chega e em alguns casos as pessoas vêm adotando o serviço 3G, de telefonia móvel, mas sofrem com a qualidade de sinal e com a baixa velocidade e em último caso, a internet via rádio.
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É o caso do assistente técnico Gutemberg de Sousa Silva, de 32 anos, morador do Bairro de Ubatiba em Maricá, interior do Rio, usuário do serviço de internet 3G da operadora Claro. “O serviço aqui era bom, até depois de acabar o contrato de 1 ano. Tenho desde 2008 e de uns meses pra cá ela foi ficando pior. Dá erros de carregamento de páginas, a velocidade reduziu, mesmo meu plano sendo de 500Kbps. Necessito da internet para trabalhar e estudar.” – declara Gutemberg insatisfeito.
Outro fator que prejudica ainda mais os serviços de Internet 3G, são as restrições de conexão impostas pelas operadoras. Isto acontece quando o usuário atinge uma taxa de navegação acima do limite esperado pela operadora, além do problema da cobertura. “O correto era as operadoras informarem como fica a velocidade média da conexão do modem “3G” em cada local, para o cliente saber se vai valer a pena efetuar a compra da mesma, ao invés de ter que arriscar” – alerta, mais uma vez o especialista em TI, Alberto Abinader. Para ver o atual ranking de reclamações das operadoras de telefonia clique aqui.
Adriano Ishibashi - Fotógrafo de Eventos / Foto: Jorge Nunes Chagas |
E o que dizer da Internet Wi-Fi? Dependendo do local de atuação, sua receptividade varia bastante. O fotógrafo de eventos Adriano Ishibashi, de 23 anos, morador da Zona Sul do Rio, mas que sempre está em movimento, em lugares diferentes, e faz uso da rede Wireless opina sobre o assunto: ”Existem muitos locais que ainda não possuem Wi-Fi disponível, e alguns que possuem, e o acesso é fácil. Porém a opção para aqueles que não desejam passar por riscos, é o uso da internet 3G que as operadoras de telefones móveis investiram no mercado. A velocidade não pode ser comparada a uma rede de internet Wi-Fi ou banda larga através de cabo. Porém é uma opção” - avalia.
Para usar Wi-Fi em ambientes domésticos é necessário o uso de um roteador. “Quando for escolhido um roteador Wirelless para ser utilizado em sua residência ou trabalho, tem que adquirir um que cubra as exigências do local, como por exemplo a velocidade e a intensidade do sinal, que quanto mais forte, mais paredes ele ultrapassara, conseqüentemente maior distância ele cobrirá” - explica Alberto Abinader, que utiliza Internet Wi-Fi de seu notebook com roteadores há bastante tempo e diz não encontrar problemas.
Alberto Abinader, Especialista em TI / Foto cedida pelo próprio. |
Diante deste cenário, que não é dos mais animadores, nos resta esperar o governo investir na expansão da rede para que haja uma nova infra-estrutura para a banda larga brasileira, seja com a utilização de fibras ópticas, antenas ou alguma outra tecnologia. Também com a diminuição do preço final e seus tributos - que frente a outros países chega a ser gritante de tão caro -, a implantação do Plano Nacional de Banda Larga e a inclusão de cidades do interior nos projetos - a fim de melhorar seu patamar frente às grandes cidades -, talvez um dia possamos ter serviços de qualidade para nos orgulhar com isso.
Assista este rápido vídeo e aprenda como medir a velocidade de sua internet:
Por Jorge Nunes Chagas
3 comentários:
Além de informativo o texto passa com clareza a situação atual da internet no Brasil. Nota 10
Pois é meus amigos... além de passar por esse problema do 3G que nem sempre funciona como deveria, ainda tento contratar o serviço Oi Velox e eles dizem que não podem instalar aqui pelo fato de 3Km de distancia do local que disponibiliza o serviço, tendo em vista que o slogan do serviço diz Internet agora é para todos. a pergunta é... todos quem???
Ótimo Texto, Jorge.
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